A busca do conforto vinda na mão que segura o lápis e faz a
volta. A palavra quer curar o corpo no papel. A prisão do branco faz aceitar
preenchimentos visíveis, palpáveis. Uma história tece a rede, sopra
o sussurro da voz que acalenta e adormece em instante. A felicidade quer ser, mas há a marca do corpo que pesa, desmede. O mal-estar surpreende,
atravessa o sono e desperta madrugadas tranquilas. O estômago dói
existe. A cabeça dói existe. O útero dói existe. Cedo na tentativa
voluntária de expelir a dor, encontro a recusa existente da garganta que se fecha.
Os ralos – buracos que levam a não sei onde – permanecem intactos, ocos, numa
espera infinita e noturna. Esse incômodo surge para ficar guardado, existindo. A
mão segura firme o fio solto... Insone, a escrita compulsiva tenta se derramar mais rápido
que a bile. Ilusão de controle. É ele – o corpo – que (falha, padece e) grita:
agora escreve. Existe.
Para ouvir: The floating bed - Elliot Goldenthal
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