quarta-feira, 27 de agosto de 2014

"Se as estrelas são tantas, só mesmo o amor"

Preciso te contar que eu não sei escrever... Existe uma presença insistente daquilo que não há e que quer ser visto. Tento enxergar com o pensamento, mas o pensamento não alcança esse vazio. Então a palavra tece sobre ele, inventa, fantasia. É onde eu faço ter onde há tanta falta. Na lacuna entre o dizer e o sentido, aí que estou, não na palavra. É quase uma mentira. Eu falo dessa verdade impura, como somos todos nós.

A minha escrita não consegue ensinar da maneira como você quer porque ela pergunta mais que responde... Mas é a minha marca mais presente de que tudo me escapa, ela é o resto. Talvez consiga um respiro, uma distração, um sorriso... Explicação mesmo eu não tenho, quer dizer, tenho. Mas não resolve. Saber a gente até que sabe, mas sente assim mesmo.

Amiga, te dou aqui um abraço, um sopro, as mãos... E digo que compartilho das suas perguntas de Macabéa (aquelas, que não tem resposta).

Assim vamos indo... Cúmplices com o mundo.

(Para Rúbia)

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