segunda-feira, 8 de junho de 2015

sobre o sopro, (h)a língua

um mês inteiro num único dia, hoje resolvi antecipar junho e reverto a espera com o que sei ter e estar. Admito que inventei. Há meses soltei o fio do desejo, não houve quem apanhasse a outra ponta, eu insisti e não vou me culpar por querer. Agora, as mãos entregues ao controle do barco, navego contra a correnteza acompanhada de algo que não me abandona mas silencia em perplexidade e me olha desconhecendo o caminho. Eu labirinto – passeio despretensioso – com uma escrita que sabe olhar e em respeito à mulher que não merece sofrer irei seguir, com cuidado. Me foi, me é, difícil abandonar a rota e eu resisto. existo. e revolto. e volto. volto. volto. Eu juro, é só chamar. Não! Encho os pulmões de ar sem fechar os olhos e não enxergo mais a margem, está feito o caminho para a vertigem, esse deslumbramento. Preparada para saltar nua e mergulhar em águas profundas não sinto medo e se você sentir peço que se arrisque ou que vá ler em outro lugar pois não tenho intenção de assustar ninguém que não mereça. Em instantes, num descuido o tombo será dado e essas palavras estarão derramadas ao chão, é provável que miseráveis, tal como a mãe primeira de Eros, e carentes em si mesmas, em honra materna, irão de ficar e permanecer. Eis aqui o que me resta, Que haja amor! – estou dizendo... E assim se fez texto, se fez palavra, se fez vírgula por sobre um corpo a(o )mar que não cansou de existir.