a primeira vez foi azul... imenso e
inevitável. assim era o mar, em janeiro de 1994. assim era o mundo a partir
daquele instante. escancarado a me pertencer como parte, fragmento - nunca
toda. E eu ali, alguém à margem, alguém na espera, a quem o mar ia e vinha
independente da minha vontade. tinha 3 anos e medo. medo de não ter espaço para
me caber no tanto que era o mar. e o desejo inesgotável de existir para além da margem...
é janeiro de 2015 e sou eu. assim, na
esperança que não mais espera, mas confia e segue, mergulho com
gosto - de onda e lágrima. habito na minha presença o vazio entre céu e mar, o
horizonte impossível. aqui, na imensidão do entre - é um convite -, invento o encontro,
o conto, o canto.
Para ouvir e ver: Futuros amantes - ChicoBuarque
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