segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

medo de (a)mar I



a primeira vez foi azul... imenso e inevitável. assim era o mar, em janeiro de 1994. assim era o mundo a partir daquele instante. escancarado a me pertencer como parte, fragmento - nunca toda. E eu ali, alguém à margem, alguém na espera, a quem o mar ia e vinha independente da minha vontade. tinha 3 anos e medo. medo de não ter espaço para me caber no tanto que era o mar. e o desejo inesgotável de existir para além da margem...

é janeiro de 2015 e sou eu. assim, na esperança que não mais espera, mas confia e segue, mergulho com gosto - de onda e lágrima. habito na minha presença o vazio entre céu e mar, o horizonte impossível. aqui, na imensidão do entre - é um convite -, invento o encontro, o conto, o canto.


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