De repente havia um
corpo!... Corpo-objeto de desejo, desvendado por outras mãos... As minhas um
dia se ocupariam da escrita e tentariam criar um corpo próprio. Assumi o corpo
como linguagem, existindo a partir da palavra... Escrever para compor um corpo.
Incorporar... Porém há um corpo anterior que risca o papel. Que corpo é esse
que escreve, mas não se inscreve? Um corpo que vibra, que arrepia, que pulsa...
O corpo respondia a outro corpo. Quando esse outro se assemelhou ao
meu foi um reconhecimento. Pegar, encostar, sentir. Com-tato. Olfato, audição,
visão, paladar. Corpo sensível, formado de sentidos. Este corpo observava o
chão escuro pedindo mergulho, quase um abismo. Um pé de cada lado. O último
degrau, pesando o corpo para trás, faz questão de afirmar a gravidade. O
impulso vem de uma impossibilidade. Mas esse impossível pede existência.
Tentativas de se inscrever no espaço. Momento de perder-se... Esquecer de si
neste instante-já, fugidio. O inesperado sangra. Grita sua insatisfação. O
corpo adoece! Susto... Então o corpo nos escapa? Medo. A morte só existe porque há um
corpo. E a vida? Há vida através do corpo, a-pesar do corpo... O meu encanto é quase um ato de
resistência frente à dor. “Você não vai me
impedir de ser” “Você não vai me impedir de me amar pelo que eu sou, mulher...”A morte é demasia do corpo, é corpo em plenitude. A vida não tem contrários.
sou mulher de palavra. palavra escrita, pulsante, marcada, derramada, costurada... palavra que chama em silêncio, comprometida com tempos suspensos...
domingo, 27 de abril de 2014
sábado, 19 de abril de 2014
Para Eros se lembrar da mãe II
Essa história se desenvolve em torno de uma questão: "presente ou presença?" Não há intuito de se responder à questão, mas na tentativa há um processo que se (des)construiu continuamente...
1º ato, ano 1, quarto:
Meia noite e uma ideia adolescente.
...
2º ato, ano 2, outra cidade:
Um fim antecede o início.
...
3º ato, ano 3, muro: Caneta,
Clarice, cerveja e um amor imaginado.
sexta-feira, 18 de abril de 2014
(...)
Sempre haveria um desconhecer por trás das coisas... Algo que escapa, esquiva pelas frestas e segue por aí com vontade alheia e própria... Um não-saber que transita o tempo... A lacuna, o não-lugar, o através... Talvez daí viesse a poesia. De um real que é anterior e além... Que tenta se mostrar, mas é sempre incompleto... Marcando um outra vez que nunca é o mesmo, mas repete... E não cessa.
Para ouvir: Go on, jump! - Cristophe Beck
sexta-feira, 4 de abril de 2014
O grito I
Algo em mim sempre soube que ela viria.
Não me lembro da despedida...
Não me lembro da despedida...
Quantas histórias carregam o abandono daqueles degraus?
...
...
Assinar:
Postagens (Atom)