Ela gostava de grandes
quantidades, era uma pessoa exclamativa. E nunca se
contentava com uma exclamação só, tinham que ser várias. Isso mostrava a
importância que ela dava a afirmação. Impositiva não era. Nem mandona, caso
possa parecer. Acho que apenas chamava atenção aos fatos que deviam ser vividos
intensamente. Não havia essa de fingir que não via. O mundo estava ali,
convidativo!!!!! Ressaltado!!!!!!!!
O mesmo fazia com as
interrogações. Era de uma curiosidade crescente, infinita. Impossível contar
quantas ela usava, eu me embolava e me perdia. Por quê isso?????? Ela realmente
queria uma resposta????? Às vezes não. Mas mostrava que estava ali, sempre
atenta, interessada, disposta a escutar.
Reticências quase nunca usava.
Reticências é uma pontuação com hora pra acabar: 3 pontos. Se forem quatro ou
dois, não importa, terão o mesmo poder de significar nada. Parecia muita
metodologia pra uma vida que tentava se desfazer de regras. É que ela não
entendia que a liberdade está nas inúmeras maneiras de se percorrer os espaços
entre os pontos para cada vez costurar uma história diferente. O infinito
das reticências se faz nas entrelinhas...
Em uma certa manhã de abril, eu falei das suas exclamações... E elas me fizeram perceber minhas reticências!!!!! Passamos longe das saliências de um possível “entre aspas” comum. Rompemos parênteses, para nos abrirmos para o mundo.
que lindo!!!
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