sábado, 8 de fevereiro de 2014

Dos (des)encontros cotidianos

Que vida é essa que você pretende que aconteça em dias de coxas depiladas e calcinhas estratégicas, secadas com secador de cabelo? Nesse dia, pode ter certeza, seu celular vai tocar 8 vezes! E você vai se frustrar em todas elas. Receberá com desgosto ligações da sua mãe, da empresa de telefonia, da secretária do dentista, do seu irmão e de uns 4 amigos distantes com saudade.

Pelas estatísticas dos aparelhos sem bateria, das mensagens salvas nos rascunhos de celular, dos guardanapos perdidos com números de telefone e da escassez de crédito em chips pré-pagos é logicamente impossível que uma dessas ligações fosse ser o convite que você deseja.

Essa vida, honey, essa vida que você imagina, acontece com as borboletas do seu estômago desintegradas na adrenalina da ansiedade, nos copos solitários whisky e nas comédias românticas assistidas madrugada adentro (ou séries de zumbis, o que for de sua preferência.) Essa vida não existe para ser, assim, compartilhada...

Não digo isso para que se sinta mal, erga seu copo aqui comigo! Vamos brindar as tardes chuvosas em livrarias, os ônibus perdidos na rodoviária, as cartas de amor achadas em bancos de jardim… Um brinde às noites muito bem não dormidas e aos expressos na padaria no dia seguinte antes do trabalho. Às garrafas de vinho dividas com estranhos no meio da rua. À todas aquelas que mandam um foda-se para a cor das calcinhas e preferem colorir segundas-feiras.

Ah! (suspiro...) Um brinde às deliciosas e surpreendentes brincadeiras do destino.

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