segunda-feira, 25 de março de 2013

Das primaveras (a)temporais II


O sorriso do Gato no céu não dita o caminho... Alice vem trazendo o encontro com o outro refletido no espelho, somos múltiplos... É preciso atravessar e é preciso coragem... Ou displicência , como quem parece não ver e de repente já está lá... Nos percebemos aqui dentro...Eu que pensava que a arte e o amor fossem parecidos e tive medo dos dois... Assumir-se e transbordar-se em entrega... Eu me derrAMO...

(em conjunto, Gato, qualquer caminho servia, até se perder parece divertido...)

2 comentários:

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  2. Primavera ou outono, paisagens que se quer ver-sentir.
    É outono, Olga. Folhas caídas, tons pasteis, o sedutor recobrimento de corpos e a imaginação de sua nudez... O frio melancólico: ora ele decidi contemplar, ora ele cede lugar ao aquecer de um sol...
    Essa melancolia parece extremar aquilo contido. Se ama, agora se ama mais. Se vive, agora se quer viver mais. E isso, todo-o-ano, todo-o-tempo. Mas, ele, o outono, vem depois de representações intensas e festivas de um carnaval, onde se ri, se ri, e... Parece mesmo recomeço...
    Estranho é que sabemos que até a ideia de recomeço é algo culturalmente estranho. Parece que, pronto, se muda a cor da caneta, se aponta o lápis, vira-se a página. A borracha dá ideia de despeito. Não, borracha não. Corretivo, jamais. Continua a se escrever, se esquivando da memória daquilo que foi escrito.
    Eu te sugiro uma vírgula. Cada estória tem a beleza única de ser a nossa estória-vivida. Mas, ela se repete. Às vezes nos sentimos incomodados quando se se reúnem diversos autores numa tendência. Como pode haver tendência de escrita, por exemplo? Quando é que se nota a semelhança? Na leitura daquilo que foi escrito, ou na intenção de escrever? Será no tempo em que se escreveu? E os sentimentos?
    Acredito na peculiaridade de cada estória, mas semelhanças são notadas, até quando elas estão justamente no desencontro. Identificações. Encontros, no desencontro.
    O luto, quase. Não por que se insiste num recomeço que soergue os corpos e que acredita-se, descrente, num novo ciclo. O luto por aquilo que se quis sentir e parece que não mais poderá se compartilhar... Mas, esse sentimento, lembre-se, ainda está em você, a despeito de parecer (ou de talvez ter sido) instigado por outrem. Agora, e é normal, que ele se ache adormecido em ti. Descanse. Relembre. Viva o luto, por algum momento que seja necessário você se achar a si mesma...
    E você já sabia, mas quis sentir a intensidade de um dia após o outro, quase regressivamente. “Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
    o blues já valeu a pena.” Sim, valeu... Agora, é a Olga, que trará lágrimas nos olhos, mas ainda deve viver-ser por inteira. Beijos, Minha Olguita.

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