O sorriso do Gato no céu não dita o caminho... Alice vem
trazendo o encontro com o outro refletido no espelho, somos múltiplos... É
preciso atravessar e é preciso coragem... Ou displicência , como quem parece
não ver e de repente já está lá... Nos percebemos aqui dentro...Eu que pensava
que a arte e o amor fossem parecidos e tive medo dos dois... Assumir-se e transbordar-se em entrega... Eu me derrAMO...
sou mulher de palavra. palavra escrita, pulsante, marcada, derramada, costurada... palavra que chama em silêncio, comprometida com tempos suspensos...
segunda-feira, 25 de março de 2013
Das primaveras (a)temporais I
Pelo menos hoje o cheiro já não era de Nissin!...
Nós que atam, desatam, enlaçam...
Tantas vezes nos perdemos entre( )linhas, braços,
pernas, cheiros... Açafrão, margaridas, tinta à óleo, serragem, sabonete de
pêra, maresia, Afrodite, ônibus, cerveja, fumaça, areia, cachoeira, e não nessa
ordem...
Porque ninguém ordenada nada, somos fluxo... Mesmo com
a angústia do descontrole... Angústia sentida por ambas as partes ao encarar
que tudo movimenta... (e aí?...)
Talvez seja uma dança esse movimento... E somos conduzidos pelas coisas sem precisar
saber...
Ainda me confundo no paradoxo das coisas... “As coisas
são assim!” Não me conformo... Nem que sejam assim, nem com o paradoxo... Mas tento
aceitar o paradoxo, para que fique suspenso...
As coisas suspensas ficam mais ao alcance dos
sentidos...
Era abril quando me rendi aos sentidos... E foi um
outono de correspondências... E foi um inverno entre quente e
frio que machucou o corpo... Em meio a olhares novos já era outro ano e dançamos
carnaval... Momentos... Melhores e piores só existem depois, refeitos na
memória...
Em maio tivemos flores antes da primavera...
Os jardins florescem quando as borboletas estão
agitadas... e vice-versa...
Hoje, sem alcançar os jardins, eu caminho por cômodos
sem portas e me perco nos mesmos lugares... Quantas caixas... Olho para elas e
é um convite... Não quero... Não, não quero... Quero tecer cortinas e quero
prateleiras... Mas ainda não tenho fitas, nem agulhas, nem madeira, nem cores...
É preciso esperar...
Vou fazer uma pilha com as caixas... Um
“trepa-trepa”... E vou subir lá no alto enquanto o tempo não chega... Continuo
com as caixas, mas tenho paisagem, observo e busco uma saída, um encontro...
Me encontro... Do outro lado, entre sementes de
margaridas e com pés que insistem gelados, apesar de meias, sapatos e agasalhos...E
eu os aceito assim, como pessoas de extremidades que somos...E meu estômago, talvez
com ciúmes, dá sinal agora da sua existência, por que, afinal, ele também
conversa...
Onde os jardins de margaridas acalmam borboletas nós
falamos de corpo inteiro... Pelas mãos que escapam e encontram... Pelos olhares
certeiros e fugitivos... Pelas palavras que atravessam... Metáforas... E tudo é
o mesmo reinventando infinitas vezes... Pelas entrelinhas das reticências...
E outra vez, era uma vez. E fim...
sábado, 16 de março de 2013
CONTO(s) DE MIM(s)
Era uma vez: Eu. Outra vez. E mais outras...
E outras Eu. E essencialmente uma! Eram várias, várias vezes.
E éramos Eu, todas elas.
Felizes, nem sempre. Mas vivendo...
terça-feira, 12 de março de 2013
EUforia
Uma primavera de borboletas floresceu em
mim!
(tons, contratempos, refluxos)
Falta espaço pra tanto vôo...
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