Resolveu que iria guardar cada gotinha... Como caía em pingos era fácil, bastava posicionar os baldes e esperar que enchessem. Com o tempo, porém, a água começou a vir em grandes quantidades, contínua. Os baldes passaram a serem trocados com cada vez mais frequência e ela precisava ficar atenta a eles.
Foi então que teve uma ideia: começou a construir uma piscina no meio do cômodo. Assim poderia armazenar com mais facilidade, lhe pouparia tempo.
Um dia a piscina começou a lhe parecer pequena. Resolveu tampar as janelas do cômodo com cimento deixando a água contida pelas paredes. Para que ela mesma pudesse entrar e sair do local, fez uma pequena abertura próxima ao teto. Até que não houve mais jeito: abandonou o cômodo e deixou que a água o ocupasse por completo.
Certo dia as paredes racharam e
no minuto seguinte foram completamente rompidas deixando escapar a água toda. Assistia
à cena do lado de fora desesperada. Tentou conter algo com mãos: em vão... Como
cachoeira a água fluía livre, fora do seu controle, arrastando-a!
Em pânico, sorvou quantos goles foi capaz, afundou e deixou-se levar.